NOTA – Peste Suína
São Luís, 15 de abril de 2019.
NOTA
O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Maranhão – CRMV/MA, em apoio ao Sistema de Defesa Agropecuário, esclarece pontos importantes à sociedade do Estado do Maranhão, sobre a Peste Suína Clássica (PSC) ou Cólera Suína.
A Peste Suína Clássica é uma doença viral e contagiosa somente entre os suídeos, com grande poder de difusão, com consequências sanitárias e econômicas graves, para a suinocultura. Esta enfermidade não é uma zoonose, apenas os suínos, javalis e suas cruzas são os reservatórios naturais do vírus, ou seja, sem riscos à saúde humana e outras espécies animais.
A enfermidade se apresenta com vários sinais que incluem desde febre alta (41ºC), com o amontoamento dos suínos, uns sobre os outros. Conjuntivite associada com manchas avermelhadas na pele, cianose (coloração azulada) no abdômen, face interna dos membros e nas extremidades, como orelhas. São observados sinais nervosos com ranger de dentes e dificuldade de locomoção.
No Maranhão, o último foco ocorreu no ano de 2008 com o saneamento da propriedade e sacrifício dos animais. Para continuarmos mantendo a suinocultura livre da Peste Suína, a Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão (AGED/MA) e seus técnicos, estão intensificando a vigilância em propriedades que possuem criações de suínos, vigilância em barreiras zoofitossanitárias, portos e pontões, lixões e aterros sanitários, estradas vicinais e transportadores desta espécie, para evitar a entrada e/ou a movimentação de suídeos suspeitos de PSC.
Ao setor agropecuário, orientamos sobre a proibição de uso de restos de comida, na alimentação de suínos pois, sem o tratamento específico, é uma atividade de risco para reintrodução e disseminação da PSC no Estado, por essa razão a Instrução Normativa nº 6,/2004, que aprova as Normas para a Erradicação da Peste Suína Clássica (PSC) em todo o território nacional, proíbe em seu artigo 23, a permanência de suínos em lixões, bem como a utilização de restos de comida para alimentação dos animais.
É necessário evitar o contato com javalis e suas cruzas (javaporco) silvestres doentes ou encontrados mortos, antes de qualquer contato com suínos sadios, pois representam um importante fator na disseminação da PSC. O javali não faz parte da fauna brasileira, merecendo uma atenção maior, comunicando a AGED/MA, quando existir um criatório sob cuidado do homem e/ou a presença de javalis asselvajados em sua região.
Em função da importância sanitária e econômica da PSC, qualquer criador que suspeitar da ocorrência desta enfermidade ou que souber de estabelecimentos que estejam fornecendo restos de restaurantes e afins para alimentação de animais, deve notificar imediatamente a um escritório da AGED/MA mais próximo do seu município ou então entrar em contato através do serviço gratuito do disque denúncia, utilizando o telefone: 0800 098 2828.
O CRMV-MA conta com a participação de toda a comunidade, neste esforço de contribuir com o Sistema de Defesa Agropecuário e tornar a suinocultura maranhense livre de enfermidades e competitiva comercialmente.
Lauro de Queiroz Saraiva
Médico Veterinário – CRMV/MA 0610
Vice-Presidente do CRMV-MA